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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Creia e veja a Glória de Deus.


Sou um admirador de boas propagandas; lembro de algumas fantásticas, muito embora, algumas vezes não aprove o produto por elas anunciado. Não vou me reportar a muitas das que admiro, simplesmente para não trazer a memória dos leitores alguns dos produtos que não aprovo. Mas tem uma que foi lançada no ano de 2010, por uma montadora de carros, à qual quero me reportar para compartilhar com você uma idéia.

A cena se passa em um restaurante, um jovem rapaz, jantando com a sua mãe e uma bela jovem, que entendo ser sua namorada, noiva, esposa ou algo do tipo. O assunto sobre o qual eles conversam leva a moça a comentar acerca de um vestido usado por alguma garota numa festa. Ela fala assim: O vestido dela... Neste momento o rapaz quase que num rompante de pura admiração, totalmente desprovido de qualquer defesa ou máscara social, fala quase que sonhando, deixando transparecer uma admiração muito além do vestido: Não só o vestido... neste momento o mundo dele cai, a moça olha para ele com aquele olhar fulminante que só uma mulher afrontada sabe fazer, daí ele tem um breve momento de hesitação e começa a simular um engasgo.

A moça passa rapidamente de raivosa a desesperada,levanta-se rapidamente e corre em seu auxilio, tenta ajudá-lo a colocar para fora o que estivesse causando aquela obstrução em sua garganta; intermináveis segundos se passam, os garçons e demais clientes já começam a se agitar quando de repente, a mãe do rapaz, que até então estava imóvel, inacreditavelmente calma e sem qualquer tipo de reação, faz um pequeno gesto, embora firme, com uma das mãos e diz com tom levemente autoritário: Rafael... já chega. O rapaz imediatamente (ou milagrosamente), para com a cena (ou fica curado) e senta calmamente. Surge então a voz de um narrador declarando o que o texto na tela confirma: Ninguém conhece você como a sua mãe. Depois disto o comercial motiva você a levar o seu carro daquela marca, somente à oficina autorizada, pois ela conhece o seu carro tanto quanto a sua mãe conhece você”. 

A propaganda é interessantíssima, mas preciso discordar da frase tema. É bem verdade que a nossa mãe, no campo humano, nos conhece melhor do que ninguém; mas não podemos esquecer de que Deus conhece a mim, a você e até mesmo as nossas mães melhor do que elas ou nós mesmos.

As vezes fico a pensar como era o relacionamento de Jesus com as pessoas enquanto esteve aqui na terra. Imaginemos o Senhor Jesus na casa de Lázaro e suas irmãs. Pense como era o relacionamento dele com estes seus amigos; Jesus esperando que o jantar ficasse pronto, conversando com Maria enquanto Marta insistia em ficar agitada com muitas coisas. Jesus conhecia as irmãs do seu amigo Lázaro; sabia como elas pensavam, como reagiam, o que mais valorizavam, quais as suas mais prementes preocupações.

Geralmente quando um filho pequeno chega diante de um pai, gaguejando, procurando a melhor forma de pedir algo, o pai já solta um sorriso no canto do rosto sabendo tudo o que aquele pequenino precisa; mas permite que ele se expresse; por vezes o filho declara apenas a parte mais "interessante" da verdade; e ainda assim o pai conhece todas as intenções do coração daquele pequenino. 

Jesus é assim, certamente conhece todas as nossas intenções, as nossas fraquezas, as nossas limitações e ainda assim nos ama e intercede por nós diante do Pai, fazendo mover a mão de Deus em nosso favor.

Quando Lázaro adoeceu pouco antes de morrer, Jesus encontrava-se distante geograficamente e propositalmente. Ele podia ter vindo antes, mas não veio; o coração das duas irmãs se encheu de tristeza. Onde estaria Jesus numa hora como esta? Pensavam elas. Porque o mestre não está aqui? Perguntavam. Quando Jesus chegou o seu amigo já estava morto há quatro dias. 

Como nós agimos e reagimos de maneira diferente! Antes de Lázaro morrer, Maria estava aos pés de Jesus e Marta atarefada e ansiosa. Depois da morte de Lázaro, Marta corre aos pés de Jesus e Maria fica em casa, decepcionada. Marta, no entanto, chamou a irmã e a trouxe aos pés de Jesus. Note que as duas disseram exatamente as mesmas palavras ao chegarem diante do mestre: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”; o que me leva a crer que elas compartilharam este sentimento entre si.

A sinceridade de Marta ao responder à declaração de Jesus de que o seu irmão ressuscitaria é algo digno de se observar: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia”. A fé dela não contemplava a ressurreição imediata; ela cria que se Jesus estivesse lá o seu irmão não teria morrido, mas não cria que a ressurreição do irmão, depois de toda a dor pela qual elas passaram, fosse ainda possível. 

A fé das irmãs brotava de corações desnudos diante do mestre. Elas sabiam que não podiam esconder nada do Senhor Jesus; Ele as conhecia melhor do que a mãe delas. Foram sinceras na sua fé e o que a situação mostrou foi que quando não cremos em algo em relação ao nosso Deus, na verdade é porque ainda não o conhecemos o suficiente para crer; precisamos nos aproximar mais dele.

Quando Jesus mandou tirar a pedra foi Marta quem mais uma vez foi confrontada com a sua falta de fé; porém não escondeu isto e mais uma vez abriu o coração ao mestre: “Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”. Diante desta declaração Marta ouviu aquilo que só quem está bem pertinho de Jesus pode ouvir: “Não te disse que se creres verás a glória de Deus?”. Marta e Maria então creram, viram a glória de Deus; viram o irmão ser ressuscitado bem diante dos seus olhos, Aleluia!

Ninguém conhece você como Deus, abra o seu coração diante do mestre, seja sincero com Ele, creia e veja a Glória de Deus.

Deus te abençoe sempre.

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