Sou
um admirador de boas propagandas; lembro de algumas fantásticas, muito embora,
algumas vezes não aprove o produto por elas anunciado. Não vou me reportar a
muitas das que admiro, simplesmente para não trazer a memória dos leitores alguns
dos produtos que não aprovo. Mas tem uma que foi lançada no ano de 2010, por uma montadora
de carros, à qual quero me reportar para compartilhar com você uma idéia.
“A cena se passa em um restaurante, um jovem
rapaz, jantando com a sua mãe e uma bela jovem, que entendo ser sua namorada,
noiva, esposa ou algo do tipo. O assunto sobre o qual eles conversam leva a
moça a comentar acerca de um vestido usado por alguma garota numa festa. Ela
fala assim: O vestido dela... Neste momento o rapaz quase que num rompante de
pura admiração, totalmente desprovido de qualquer defesa ou máscara social,
fala quase que sonhando, deixando transparecer uma admiração muito além do
vestido: Não só o vestido... neste momento o mundo dele cai, a moça olha para
ele com aquele olhar fulminante que só uma mulher afrontada sabe fazer, daí ele
tem um breve momento de hesitação e começa a simular um engasgo.
A moça passa rapidamente de raivosa a
desesperada,levanta-se rapidamente e corre em seu auxilio, tenta ajudá-lo a
colocar para fora o que estivesse causando aquela obstrução em sua garganta;
intermináveis segundos se passam, os garçons e demais clientes já começam a se
agitar quando de repente, a mãe do rapaz, que até então estava imóvel,
inacreditavelmente calma e sem qualquer tipo de reação, faz um pequeno gesto,
embora firme, com uma das mãos e diz com tom levemente autoritário: Rafael...
já chega. O rapaz imediatamente (ou milagrosamente), para com a cena (ou fica
curado) e senta calmamente. Surge então a voz de um narrador declarando o que o
texto na tela confirma: Ninguém conhece você como a sua mãe. Depois disto o
comercial motiva você a levar o seu carro daquela marca, somente à oficina
autorizada, pois ela conhece o seu carro tanto quanto a sua mãe conhece você”.
A propaganda é interessantíssima, mas
preciso discordar da frase tema. É bem verdade que a nossa mãe, no campo
humano, nos conhece melhor do que ninguém; mas não podemos esquecer de que Deus
conhece a mim, a você e até mesmo as nossas mães melhor do que elas ou nós
mesmos.
As
vezes fico a pensar como era o relacionamento de Jesus com as pessoas enquanto
esteve aqui na terra. Imaginemos o Senhor Jesus na casa de Lázaro e suas irmãs.
Pense como era o relacionamento dele com estes seus amigos; Jesus esperando que
o jantar ficasse pronto, conversando com Maria enquanto Marta insistia em ficar
agitada com muitas coisas. Jesus conhecia as irmãs do seu amigo Lázaro; sabia
como elas pensavam, como reagiam, o que mais valorizavam, quais as suas mais
prementes preocupações.
Geralmente
quando um filho pequeno chega diante de um pai, gaguejando, procurando a melhor
forma de pedir algo, o pai já solta um sorriso no canto do rosto sabendo tudo o
que aquele pequenino precisa; mas permite que ele se expresse; por vezes o
filho declara apenas a parte mais "interessante" da verdade; e ainda assim o pai
conhece todas as intenções do coração daquele pequenino.
Jesus é assim,
certamente conhece todas as nossas intenções, as nossas fraquezas, as nossas
limitações e ainda assim nos ama e intercede por nós diante do Pai, fazendo
mover a mão de Deus em nosso favor.
Quando
Lázaro adoeceu pouco antes de morrer, Jesus encontrava-se distante
geograficamente e propositalmente. Ele podia ter vindo antes, mas não veio; o
coração das duas irmãs se encheu de tristeza. Onde estaria Jesus numa hora como
esta? Pensavam elas. Porque o mestre não está aqui? Perguntavam. Quando Jesus
chegou o seu amigo já estava morto há quatro dias.
Como nós agimos e reagimos
de maneira diferente! Antes de Lázaro morrer, Maria estava aos pés de Jesus e
Marta atarefada e ansiosa. Depois da morte de Lázaro, Marta corre aos pés de
Jesus e Maria fica em casa, decepcionada. Marta, no entanto, chamou a irmã e a
trouxe aos pés de Jesus. Note que as duas disseram exatamente as mesmas
palavras ao chegarem diante do mestre: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu
irmão não teria morrido”; o que me leva a crer que elas compartilharam este
sentimento entre si.
A
sinceridade de Marta ao responder à declaração de Jesus de que o seu irmão
ressuscitaria é algo digno de se observar: “Eu sei que há de ressuscitar na
ressurreição do último dia”. A fé dela não contemplava a ressurreição imediata;
ela cria que se Jesus estivesse lá o seu irmão não teria morrido, mas não cria
que a ressurreição do irmão, depois de toda a dor pela qual elas passaram,
fosse ainda possível.
A fé das irmãs brotava de corações desnudos diante do mestre. Elas sabiam que não podiam esconder nada do Senhor Jesus; Ele as
conhecia melhor do que a mãe delas. Foram sinceras na sua fé e o que a situação
mostrou foi que quando não cremos em algo em relação ao nosso Deus, na verdade
é porque ainda não o conhecemos o suficiente para crer; precisamos nos aproximar mais dele.
Quando
Jesus mandou tirar a pedra foi Marta quem mais uma vez foi confrontada com a
sua falta de fé; porém não escondeu isto e mais uma vez abriu o coração ao
mestre: “Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”. Diante desta
declaração Marta ouviu aquilo que só quem está bem pertinho de Jesus pode
ouvir: “Não te disse que se creres verás a glória de Deus?”. Marta e Maria então creram, viram
a glória de Deus; viram o irmão ser ressuscitado bem diante dos seus olhos, Aleluia!
Ninguém conhece você como Deus, abra o seu coração diante do mestre, seja sincero com Ele, creia e veja a Glória de Deus.
Deus te abençoe sempre.
Deus te abençoe sempre.
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