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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O pão do céu - Uma análise de Exodo 16

Introdução:
Deus nunca leva o Seu povo á um lugar onde Ele não possa sustentá-lo (Filipenses 4:19). No entanto, Ele muitas vezes nos conduz a situações onde somente Ele pode nos sustentar (Salmo 78:19).

I. Murmuração – versículos 1-3
Neste tempo, as provisões trazidas do Egito tinham acabado. Não havia recursos naturais no deserto para suprir a necessidade diária de alimento de toda aquela multidão. Pequenos grupos de nômades, acostumados com aquelas condições, poderiam conseguir alguma coisa, mas um grupo do tamanho de uma grande cidade, cedo começaria a passar fome.

Não é este um meio de Deus, antes de agir em nosso favor, nos mostrar o quanto somos necessitados e desamparados? Israel deveria saber disso. O Senhor não supriu cada necessidade que surgiu? Ao invés disso, o povo murmurou e expressou uma extrema ingratidão. Eles realmente estavam bem no Egito? Não foi isto simplesmente um problema de falta de fé no poder e no cuidado de Deus?

O coração humano é exposto não somente na sua descrença e ingratidão, mas também na murmuração. Os homens enganam e encobrem suas culpas até de si mesmos. Ao invés de atacar a Deus diretamente, eles murmuram contra Seus servos. Isto não deixa de ser um ataque disfarçado contra Deus. Aqueles que tentam encontrar defeitos no povo de Deus ou atacar os Seus mensageiros, necessitam considerar suas reais intenções.

II. Graça – versículo 4
A nossa expectativa seria a de ler que Deus respondeu as suas tristes reclamações enviando fogo e enxofre sobre eles. Ao invés disso, Ele promete enviar "pão dos céus". Nós realmente aprendemos que cada necessidade da nação de Israel foi suprida durante os quarenta anos de peregrinação pelo deserto (Deuteronômio 29:5).

III. Um Teste de Deus para o seu povo.– versículo 4-8
Apesar de Deus ser gracioso em Sua resposta, Israel deveria considerar que Ele ouviu as suas murmurações e também sabia contra quem elas foram realmente dirigidas. Até mesmo a maneira de providenciar as suas necessidades tinha a intenção de testar o desejo deles de servirem a Deus. Os métodos de Deus expõem o coração do homem. Faça as seguintes considerações:

O maná cairia diariamente. Não era possível estocá-lo. Israel foi colocado em uma posição em que deveriam viver dia a dia pela fé. Não deveríamos considerar a razão de Deus permitir que somente peçamos o "pão de cada dia" (Mateus 6:11)? Não devemos passar um dia sem olharmos para Ele.

Deus foi bem específico em Suas leis a respeito da colheita do maná e da restrição do sábado. Tanto a fé quanto o amor á Deus eram necessários para motivar Israel á obediência. Muitos parecem não entender que o verdadeiro amor á Deus é manifesto em nossa obediência a cada detalhe da Sua Palavra (João 14:15).

IV. Pão do Céu – versículo 9-15
Como um sinal de que o Senhor agiria, a Sua glória apareceria em uma nuvem de maneira especial. O povo foi lembrado do seu pecado e Deus então fez a Suas promessas serem conhecidas através de Moisés. Tanto a carne quanto o pão seriam fornecidos

Não há como negar que a provisão de Deus era de caráter sobrenatural. Vemos em Deuteronômio 8:3, que o maná foi dado para produzir fé. O homem não vive somente pelos seus próprios esforços, a fim de suprir suas necessidades, mas pela fé em Deus, que apenas fala e as necessidades são prontamente supridas. Que possamos agir como Cristo, que usou da Palavra de Deus, para apagar os dardos inflamados de dúvida, lançados por Satanás (Mateus 4:1-11).

Alguns tentam tolamente negar a natureza sobrenatural destas provisões. Codornizes migram em grande número nesta parte do mundo, mas quem pode dizer que não vê a mão de Deus quanto ao número destas aves e a hora da chegada delas.

O envio do maná dá uma maior evidência do poder de Deus. Considere os detalhes miraculosos:


A. Uma grande quantidade era necessária para suprir dois milhões de pessoas. E isto foi completamente feito.

B. O maná nunca caiu antes de Deus prometer e nem após Israel entrar em Canaã (Josué 5:10-12). Na verdade, o povo nunca o tinha visto antes.

C. Uma porção dobrada caiu no sexto dia.

D. Nenhum maná caiu no sétimo dia.

E. O maná guardado para o outro dia sempre estragava, exceto no sexto dia.

F. O pote de maná guardado para servir de testemunho durou por gerações.

V. Uma Igualdade – versículos 16-18
É digna de nota a maneira como Deus alimentou Israel. Ninguém foi privilegiado e a ninguém foi permitido vender ou acumular o maná. Ele deveria ser recolhido diária e pessoalmente e se armazenado, estragava. Também aprendemos que uma vez recolhido, era colocado em um lugar comum, de onde cada pessoa retirava um ômer, que era usado como medida. Nem a ambição e nem a boa sorte poderiam impedir esta igualdade.

Temos algumas lições espirituais para serem colhidas aqui:

G. A cobiça é um verdadeiro perigo para os homens. Estejamos contentes com a provisão das nossas necessidades (Provérbios 30:7-9, I Timóteo 6:8).

H. O regime comunista não é justificado nesta passagem das Escrituras. Este sistema destrói o incentivo ao trabalho e está muito além do que podemos enxergar aqui. O maná não era a justa recompensa pelo trabalho honesto, mas um presente, como a salvação e outras bençãos espirituais dadas a quem não merece.

A aplicação correta é a seguinte:

1. Aqueles que recebem a Cristo como o pão da vida, tem todas as suas necessidades supridas nEle (Efésios 1:3-4). A salvação em Cristo é de graça e não pode ser acumulada e nem vendida.

2. No reino de Deus há uma interdependência que deveria produzir igualdade. Cada santo tem dons espirituais e pontos fortes que devem ser usados em benefício de outros. Até mesmo a riqueza material pode ser usada para ajudar aqueles que tem suprido as nossas necessidades de outras maneiras.

Paulo usa deste princípio para levantar uma oferta aos santos pobres de Jerusalém. Eles haviam repartido os dons espirituais com os gentios. Agora que eles se encontravam materialmente necessitados, os gentios deveriam suprir as suas necessidades com a abundante riqueza que Deus os havia suprido (II Coríntios 8:13-15).

Nunca acumule as bençãos que Deus tem dado a você. Elas serão consumidas (Mateus 6:19). Lembre-se de quanto você tem sido abençoado por outros. A pessoa que um dia encontra muito maná, pode não encontrar nada no outro.

VI. Desobediência – versículos 19-21
Deus tinha um propósito distinto em desejar que o maná fosse recolhido diariamente. Somente no sábado é que eles podiam comer o do dia anterior. Como já era de se esperar, alguns não obedeceram. Deus deseja que o obedeçamos sem questionamentos (I Samuel 15:22). Como mencionamos anteriormente, este é o verdadeiro teste de fé e amor.

VII. O dia do Senhor– versículos 22-26
O sábado era um presente a Israel visando o seu bem estar físico e espiritual (Marcos 2:27). O princípio ainda se aplica. O homem necessita de um dia de descanso e adoração. Aqueles que trabalham no Dia do Senhor somente por motivo de lucro material, deveriam se lembrar de que Deus ainda é capaz de suprir todas as nossas necessidades (Mateus 6:33).

VIII. Mais Provações – versículos 27-31
O maná foi um teste e Israel falhou em todos os pontos. Considere bem o fato de que ninguém daquela geração entrou em Canaã (Hebreus 3:19).

O maná do sábado deveria ser colhido na sexta feira e preparado neste mesmo dia (versículo 33). Não seria melhor deixarmos o dia do Senhor livre de toda distração possível a fim de que este pudesse ser usado para a adoração e descanso.

IX. Um Testemunho Para as Futuras Gerações – versículos 32-34
Deus deseja que os Seus grandes feitos sejam relembrados. As futuras gerações são abençoadas pelo relato do poder e da graça de Deus. Por este motivo é que um pote de maná foi guardado. Ele foi eventualmente colocado na arca da promessa juntamente com as duas tábuas da lei e a vara de Arão que floresceu. Vamos ser cuidadosos em deixar um testemunho e edificar um Ebenezer para as futuras gerações (Salmo 48:12-13, I Samuel 7:12).

X. Quarenta Anos – versículos 35-36
Deus nunca fecha uma porta de provisão sem que abra outra (Josué 5:12). Por quarenta anos nenhum Israelita ficou sem esta provisão.

XI. O Verdadeiro Pão do Céu – João 6:32-33
Os professores da Bíblia têm sempre visto no maná uma figura do Senhor Jesus Cristo. Apesar de alguns terem ido longe demais em suas imaginações tentando encontrar um paralelo, não podemos negar que ele realmente aponta para o Salvador. Os seguintes pontos de alguma maneira expõem a tipologia:

I. Pão do Céu

No capítulo seis de João vemos o relato de Cristo alimentando a multidão com cinco pães e dois peixes. Este milagre atraiu o povo para o Salvador. Nosso Senhor ficou desgostoso pelo fato do interesse deles não ter sido de natureza espiritual. Eles queriam o pão físico e não o espiritual. Até mesmo o maná foi citado como uma forma de convencer a Cristo de duplicar o milagre (versículos 31-32). A atitude deles fez com que Cristo pregasse o Seu sermão a respeito do verdadeiro Pão do Céu (versículos 26-65).

O Senhor Jesus ensinou que Ele era o pão verdadeiro que dá a vida (vers. 33-35,51). Era um contraste com o maná dado a Israel (vers. 32, 49-50) o qual não podia dar a vida eterna. Nosso Senhor não estava negando que o objetivo do maná era ser um tipo ou uma figura dEle mesmo. De fato, Ele assume isto quando se refere a si mesmo como "Pão da Vida". No entanto, o maná era apenas uma figura ou tipo.

J. A Liberdade da Salvação

O maná foi concedido para aqueles que não o adquiriram e nem o mereciam. Como a salvação em Cristo também não pode ser vendida (Isaías 55:1, Efésios 2:8-9).

K. Buscando o Pão da Vida

O maná deveria ser colhido por todos. Isto era a primeira coisa a se fazer pela manhã. Da mesma maneira, cada pecador deve buscar pessoalmente a Cristo. Aqueles que esperam encontrá-lo, devem buscá-lo desde cedo.

L. Participando do Pão da Vida

O maná não tinha nenhum valor caso não fosse consumido. Da mesma forma, Cristo nos fala para comermos Sua carne e bebermos o Seu sangue. Isto é uma linguagem figurada, pois fala a respeito da apropriação de Cristo e de Sua salvação pela fé (Compare João 6:53 –56 com versículo 35).

M. O Pão de Cada Dia

O maná deveria ser colhido a cada dia. Nisto a necessidade de comunhão diária com Cristo é tipificada. Não devemos viver das bençãos de ontem, mas devemos manter uma comunhão diária com o nosso Salvador. Esta fresca e intima comunhão é mencionada em Apocalipse 2:17. A fonte da nossa vida e força é oculta do mundo.

N. Igualdade em Cristo

Cada Israelita recebeu a mesma porção de maná. Da mesma forma cada santo recebe a plenitude de bençãos através de Cristo (Efésios 1:3). Alguns se achegam com uma fé fraca, outros com uma fé fortalecida, mas todos recebem o mesmo Salvador. Como cristãos, o nosso crescimento e recompensas dependem da nossa obediência, mas cada cristão é completo em Cristo no tocante a salvação (Colossenses 2:10).

O. Uma Multidão Mista

O maná foi desprezado pela multidão mista (Números 11:4-6). Cristo nunca satisfaz aqueles que não são salvos, mas professam serem filhos de Deus. Cuidado com aqueles que querem alimentação mundana na casa de Deus. Eles se aborrecem em participar dos cultos onde somente as coisas espirituais são enfatizadas (Atos 2:42). O verdadeiro maná é escondido deles (Apocalipse 2:17). O vulgo deve servir de aviso para nós (I Coríntios 10:1-6).



Autor: Pr Ron Crisp
Tradução: Eduardo Alves Cadete 07-03
Revisão: Calvin Gardner 09-03
Fonte: www.palavraprudente.com.br

Deus Te Abençoe Sempre.

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