UBE blogs

domingo, 4 de dezembro de 2011

Não troque as mansões celestiais por uma simples cabana.

Lí o livro “A cabana” e me sinto, como líder evangélico, na obrigação de tornar pública a minha opinião sobre um livro que se tornou um sucesso explosivo de vendas, um livro onde Deus aparece como uma mulher negra, cozinheira, que gosta de rap e de reggae; onde Jesus, é um carpinteiro bonachão e o Espírito Santo uma mulher de características orientais. E ainda assim é um sucesso de vendas. Meu Deus!!!
É nos diálogos da suposta trindade com o protagonista que aparecem as sutilezas ou sementinhas de sofismas que poderão afetar a maneira de crer de crentes imaturos que não conhecem a essência de sua fé. Sim, meus amigos, porque hoje existe uma geração de cristãos que não sabe em que crê; apenas crê. Crê nos pacotes de ensinamentos que lhes são apresentados em cada culto da igreja. Tudo que sabem de Deus, de Jesus e do Espírito Santo é o que lhes foi apresentado no kit que receberam do pastor a partir do dia em que ingressaram na igreja.
Infelizmente muita gente não percebe as sutilezas deste livro. Quando se compara tudo o que é sugerido no livro com a Bíblia, descobre-se mais uma pedra fundamental da velha torre de Babel, que é também a pedra de esquina da chamada igreja emergente. Sim, porque a igreja emergente traz para seu seio ensinamentos de filosofias e conceitos do pós-modernismo; o ensinamento de que a igreja precisa abarcar em seu seio todas as culturas e adaptar-se a todas as influências.
Para que o leitor compreenda, o pós-modernismo abriu espaço para que a Nova Era influencie a mensagem evangélica com a tendência de se repudiar a possibilidade de qualquer conhecimento seguro e sólido da verdade. Trabalha pela desconstrução sistemática de qualquer reivindicação da verdade; é a rejeição de toda expressão de certeza.  Não existe verdade absoluta, apenas a incerteza e cada pessoa fica com sua verdade, com o que crê! Cada pessoa crê do jeito que quer, e deve respeitar a crença do outro. Não é lindo? E isto fica claro no livro A Cabana.
A sutileza de Satanás em mascarar a verdade vem sendo apresentada como se os diálogos da trindade em A Cabana estabelecessem a verdade suprema que estava faltando na igreja.
Essa tentativa da redefinição de Deus pode ser detectada nas entrevistas que o autor deu ao longo deste tempo. Conforme o autor, o livro é para os que têm um anseio de que Deus seja bondoso e amoroso, conforme desejamos. (Entrevista com Sherman Hu, 04/12/2007). Busca-se um Deus cujo amor seja incondicional, que não exija obediência alguma, nem arrependimento, que não condene o pecado, nem faça com que os homens se sintam culpados pelos seus atos. Não creio que o deus que Mack encontra na cabana onde sua filha foi assassinada seja o Deus da Bíblia. Ou então, o Deus sobre quem falo e prego ao longo de meus 20 anos de ministério mudou! Tornou-se um Deus mais light, fofinho, crível por todos. Ele é apresentado no livro A Cabana desvestido de santidade. Totalmente humano.
Vejamos algumas frases interessantes:
“Os que me amam estão em todos os sistemas que existem. São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa (…) Há banqueiros, jogadores, americanos e iraquianos, judeus e palestinos. Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero me juntar a eles em seu processo para se transformarem em filhos e filhas do Papai, em irmãos e irmãs, em meus amados” (Palavras de Jesus para Mack – pp 168-169).
- Se é assim, Jesus, por que venho me afadigando em pregar o evangelho?
É a pergunta que eu faria ao Jesus de A Cabana!
“Aplicar regras, sobretudo em suas expressões mais sutis, como responsabilidade e expectativa, é uma tentativa inútil de criar a certeza a partir da incerteza. E, ao contrário do que você possa pensar, eu gosto demais da incerteza. As regras não podem trazer a liberdade. Elas só têm o poder de acusar” (p 190).
- Deus, se você gosta da incerteza, por que sou apresentado a um Evangelho que me traz a certeza? Também perguntaria isso ao deus de A Cabana!

Quem é o autor? William Paul Young,  cerca de quatro anos atrás, Paul abraçou o “Universalismo Cristão” e vem defendendo essa visão em várias ocasiões. Embora freqüentemente rejeite o “universalismo geral”, a idéia de que muitos caminhos levam a Deus, ele tem afirmado sua esperança de que todos serão reconciliados com Deus, seja deste lado da morte, ou após a morte. O Universalismo Cristão (também conhecido como a Reconciliação Universal) afirma que o amor é o atributo supremo de Deus, que supera todos os outros. Seu amor vai além da sepultura para salvar todos aqueles que recusaram a Cristo durante o tempo em que viveram. Conforme essa idéia, mesmo os anjos caídos, e o próprio Diabo, um dia se arrependerão, serão libertos do inferno e entrarão no céu. Não pode ser deixado no universo nenhum ser a quem o amor de Deus não venha a conquistar; daí as palavras: reconciliação universal.
Muitos têm apontado erros teológicos que acharam no livro. Eles encontram falhas na visão de Young sobre a revelação e sobre a Bíblia, sua apresentação de Deus, do Espírito Santo, da morte de Jesus e do significado da reconciliação, além da subversão de instituições que Deus ordenou, tais como o governo e a igreja local. Mas a linha comum que amarra todos esses erros é o Universalismo Cristão. Um estudo sobre a história da Reconciliação Universal, que remonta ao século III, mostra que todos esses desvios doutrinários, inclusive a oposição à igreja local, são características do Universalismo. Nos tempos modernos, ele tem enfraquecido a fé evangélica na Europa e na América. Juntou-se ao Unitarianismo para formarem a Igreja Unitariana-Universalista.
Ao comparar os credos do Universalismo com uma leitura cuidadosa de A Cabana, descobre-se quão profundamente ele está entranhado nesse livro. Eis aqui algumas evidências resumidas:

1) O credo universalista de 1899 afirmava que “existe um Deus cuja natureza é o amor”. Young diz que Deus “não pode agir independentemente do amor” (p. 102),[1] e que Deus tem sempre o propósito de expressar Seu amor em tudo o que faz (p. 191).
2) Não existe punição eterna para o pecado. O credo de 1899 novamente afirma que Deus “finalmente restaurará toda a família humana à santidade e à alegria”. Semelhantemente, Young nega que “Papai” (nome dado pelo personagem a Deus, o Pai) “derrama ira e lança as pessoas” no inferno. Deus não pune por causa do pecado; é a alegria dEle “curar o pecado” (p. 120). Papai “redime” o julgamento final (p. 127). Deus não “condenará a maioria a uma eternidade de tormento, distante de Sua presença e separada de Seu amor” (p. 162).
3) Há uma representação incompleta da enormidade do pecado e do mal. Satanás, como o grande enganador e instigador da tentação ao pecado, deixa de ser mencionado na discussão de Young sobre a queda (pp. 134-37).
4) Existe uma subjugação da justiça de Deus a seu amor – um princípio central ao Universalismo. O credo de 1878 afirma que o atributo da justiça de Deus “nasce do amor e é limitado pelo amor”. Young afirma que Deus escolheu “o caminho da cruz onde a misericórdia triunfa sobre a justiça por causa do amor”, e que esta maneira é melhor do que se Deus tivesse que exercer justiça (pp. 164-65).
5) Existe um erro grave na maneira como Young retrata a Trindade. Ele afirma que toda a Trindade encarnou como o Filho de Deus, e que a Trindade toda foi crucificada (p. 99). Ambos, Jesus e Papai (Deus) levam as marcas da crucificação em suas mãos (contrariamente a Isaías 53.4-10). O erro de Young leva ao modalismo, ou seja, que Deus é único e às vezes assume as diferentes modalidades de Pai, Filho e Espírito Santo, uma heresia condenada pela igreja primitiva. Young também faz de Deus uma deusa; além disso, ele quebra o Segundo Mandamento ao dar a Deus, o Pai, a imagem de uma pessoa.
6) A reconciliação é efetiva para todos sem necessidade de exercerem a fé. Papai afirma que ele está reconciliado com o mundo todo, não apenas com aqueles que crêem (p. 192). Os credos do Universalismo, tanto o de 1878 quanto o de 1899, nunca mencionaram a fé.
7) Não existe um julgamento futuro. Deus nunca imporá Sua vontade sobre as pessoas, mesmo em Sua capacidade de julgar, pois isso seria contrário ao amor (p. 145). Deus se submete aos humanos e os humanos se submetem a Deus em um “círculo de relacionamentos”.
8) Todos são igualmente filhos de Deus e igualmente amados por ele (pp. 155-56). Numa futura revolução de “amor e bondade”, todas as pessoas, por causa do amor, confessarão a Jesus como Senhor (p. 248).
9) A instituição da Igreja é rejeitada como sendo diabólica. Jesus afirma que Ele “nunca criou e nunca criará” instituições (p. 178). As igrejas evangélicas são um obstáculo ao universalismo.
10) Finalmente, a Bíblia não é levada em consideração nesse romance. É um livro sobre culpa e não sobre esperança, encorajamento e revelação.
“Será que um trabalho de ficção precisa ser doutrinariamente correto?” Neste caso a resposta é sim, pois Young é deliberadamente teológico. A ficção serve à teologia, e não vice-versa. Outra pergunta é: “Os pontos positivos do romance não superam os pontos negativos?” Novamente, se alguém usar a impureza doutrinária para ensinar como ser restaurado a Deus, o resultado final é que a pessoa não é restaurada da maneira bíblica ao Deus da Bíblia. Finalmente, pode-se perguntar: “Esse livro não poderia lançar os fundamentos para a busca de um relacionamento crescente com Deus com base na Bíblia?” Certamente, isso é possível. Mas, tendo em vista os erros, o potencial para o descaminho é tão grande quanto o potencial para o crescimento. Young não apresenta nenhuma orientação com relação ao crescimento espiritual. Ele não leva em consideração nem a Bíblia, nem a igreja institucional com suas ordenanças. Se alguém encontrar um relacionamento mais profundo com Deus que reflita a fidelidade bíblica, será a despeito de A Cabana e não por causa dela. Por tudo isso um trabalho de ficção precisa sim ser doutrinariamente correto, até porque nunca se sabe a dimensão que o mesmo poderá alcançar e que tipo de estragos eternos poderá causar. Não troque as mansões celestiais por uma simples cabana. Fique com a verdade do evangelho.

Nota:
- Este artigo foi compilado, como resumo de dois artigos extraídos da internet, dos quais faço minhas as palavras, e aos quais recomendo fazendo o devido registro em forma de credito:
“As sutilezas do livro – A cabana” http://www.pastorjoao.com.br/123/?p=787
- As páginas citadas são da edição original em inglês.


2 comentários:

  1. Meu Grande Pastor!
    Já li o livro A Cabana, acrescento que como livro de FICÇÃO é até bom. Porém jamais servirá de ensinamento biblico.

    ResponderExcluir
  2. O grande problema meu irmão, é que as pessoas não leem um livro deste tipo como uma ficção, elas absorvem os seus conceitos. O nosso dever como líderes é advertir.

    ResponderExcluir