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domingo, 15 de abril de 2012

O Encantador de Pessoas.


Desde criança me impressionava, mas ainda hoje me fascino quando vejo um encantador de serpentes. Como é possível alguém fazer aquilo sem se machucar, sem que a serpente avance sobre o homem. Antes, pensava tratar-se de um truque, mais tarde entendi que o que aquele homem faz é baseado em técnicas aprimoradas através de muito treinamento. Certamente ele deve ter sido picado algumas vezes, mas aprendeu a dominar a serpente e utilizar este domínio a seu favor.
Transportando esta antiga lembrança para os dias atuais e, mais precisamente, para o mundo corporativo, faço um paralelo com o líder e as pessoas a quem ele pode tocar. Quantos profissionais conhecemos, aqueles a quem chamamos verdadeiramente de líderes,que detêm este poder sobre seus liderados?
Na história da humanidade sabemos de diversas pessoas que conseguiram atuar como verdadeiros encantadores de pessoas. É comum citarmos o Senhor Jesus Cristo, Moisés, José, Daví e muitos outros como alguns dos expoentes na capacidade de atrair pessoas e mantê-las sob o seu “domínio”.
O fato é que estas personalidades, assim como outras menos famosas, como um professor, um pastor, um parente, um gerente, desenvolveram uma fantástica habilidade de cativar as pessoas à sua volta. Esta capacidade, que é um fator que pode ser aprimorado através de técnicas específicas, é conhecida como “carisma”. Há pessoas que irão pensar: como é possível desenvolver o carisma? Não é algo inato, algo que alguns têm e outros não? É certo que algumas pessoas nascem com maior predisposição para certas coisas do que outras; mas na verdade, todos podemos, através de técnicas específicas e vontade para mudar, aprimorar o nosso comportamento estabelecendo um melhor relacionamento interpessoal. Enfim, somos capazes de aprimorar nossa capacidade de sermos carismáticos.
Afinal, o que é carisma? Segundo algumas definições de dicionários, carisma é uma qualidade marcante de um indivíduo que o distingue dos demais. Ainda: atribuição a outrem de qualidades especiais de liderança, derivadas de sanção divina ou apenas de individualidade excepcional.
Queremos destacar aqui como carisma a capacidade de se relacionar com as pessoas produzindo empatia e simpatia. É o que classifico como “o encantador de pessoas”. Ele enfrenta algumas picadas ao longo da vida, mas encanta as pessoas de uma forma tão preciosa que as torna melhores, mais produtivas, mais felizes e, por conta disto, até mesmo mais bonitas e saudáveis.
Através de algumas ações é possível desenvolver e aprimorar “o talento de encantar pessoas”, o carisma do líder.

1. Interesse Genuíno.
A primeira delas é ter um profundo interesse na pessoa com quem você se relaciona, as pessoas gostam de se sentir importantes para os seus líderes. Não somente importantes para que os propósitos e metas do líder sejam alcançados, mas valorizadas, respeitadas e motivadas como pessoas. Quem se propõe a liderar deve saber que vai precisar encantar algumas serpentes. Mas vale a pena levar algumas picadas quando se tem em mente um propósito maior, que é extrair desta pessoa aquilo que ela tem de melhor. Algo que pode torná-la uma pessoa mais útil para a coletividade e, portanto, mais feliz e realizada. Logo, uma pessoa que vai dar muito mais soro para curar picadas do que o veneno muitas vezes antes produzido. Temos ouvido muita gente boa dizer que ninguém é insubstituível. Mas na verdade, ninguém é SUBSTITUÍVEL, todos somos únicos e insubstituíveis. Os cargos e funções podem e são substituíveis por pessoas que possam desenvolvê-los com maior ou menor desenvoltura, nas mais diversas áreas de atuação. Mas cada pessoa é um ser único, maravilhosamente formado, com particularidades tão multiformes que nem de longe, mas muito longe mesmo, poderiam ser substituídas. Neste momento, você está diante de uma oportunidade única, a pessoa que está ao seu lado ou as pessoas que estão diante de você ou a sua volta, são pessoas maravilhosamente e particularmente formadas. Ame-as, toque-as, valorize-as, perdoe-lhes e invista em suas vidas com interesse genuíno, talvez nunca mais você tenha a oportunidade de tocá-las e influenciá-las para que sejam melhores. Saiba que Deus escolheu você para contribuir de forma especial e profundamente marcante neste processo, não perca esta oportunidade, pois você também é insubstituível.

2. Conhecimento de si mesmo.
O conhecimento das próprias emoções, perceber a si mesmo e como os sentimentos de “alegria, satisfação e felicidade” ou “raiva, frustração e medo” influenciam as suas atitudes. Geralmente gostamos de quem nos faz bem e rejeitamos quem nos incomoda de alguma forma. Esta é a maneira natural com que as pessoas naturais reagem diante de situações corriqueiras na vida. Mas um líder, alguém que tem a tarefa divina de influenciar positivamente as pessoas não pode ser guiado por este tipo de atitude. O líder precisa conhecer as suas emoções e trabalhar com elas de forma que não permita que as mesmas o influenciem de forma negativa no trato com as pessoas, principalmente com aqueles que Deus colocou em suas vidas para serem tratados, motivados e influenciados positivamente para que sejam pessoas melhores. Isto mesmo, Deus transforma o líder para que ele seja instrumento na transformação de pessoas, para a construção de pessoas melhores. Não permita que as suas limitações pessoais limitem o alcanceda graça de Deus, conheça suas limitações e trabalhe com elas, enfrente-as, para que não só você, mas outros possam também viver e produzir o melhor de Deus.

3. Senso de justiça.
O líder carismático não é aquele que sempre “agrada” as pessoas, mas aquele que é justo. Agir com senso de justiça faz com que seus liderados reconheçam em você um verdadeiro líder. Para isso é preciso separar o envolvimento e preferências pessoais. Quem me conhece de perto sabe que sou muito mais exigente com aqueles que estão mais perto de mim. A palavra de Deus nos ensina que os que mais receberam serão mais cobrados. É natural esperar mais do maior investimento. Assim sendo, quanto mais perto estou de alguém, naturalmente mais invisto nesta vida, e também de forma natural, mais cobro dela. Isto certamente não nos dá o direito de privilegiarmos uns em detrimento de outros. O líder precisa compreender que a sua posição não lhe permite deslizes deste nível. Temos que trabalhar sempre com o senso de justiça em evidencia. Nem privilégios nem dureza demais, no relacionamento de um líder com os seus liderados, justiça e transparência são essenciais. A Bíblia também diz que o trabalhador é digno do seu salário, logo, o senso de justiça também deve nos guiar ao elogio e reconhecimento público. Uma equipe que vê o líder como alguém que reconhece e recompensa esforços sempre será uma equipe mais disposta a trabalhar. Não tenha medo de elogiar para não ser visto como alguém que privilegia, prejuízo maior é ser visto como um líder que não reconhece e honra os esforços de sua equipe, ou de pessoas de sua equipe.

 4. Comunicação efetiva.
 É preciso garantir que a sua imagem perante os demais também seja acima de tudo verdadeira e sempre positiva, para isto você precisa ser verdadeiro e positivo.  Muitas vezes isto é confundido com ser curto e grosso; não é nada disso. Até se consegue enganar alguém por algum tempo, (Embora isto seja errado) mas não se consegue enganar a muita gente por muito tempo. Se quisermos que a nossa imagem seja de alguém verdadeiro e positivo, no sentido de não sermos negativos, precisamos produzir as mudanças necessárias em nós mesmos para que a nossa imagem mude na avaliação de outros. Se alguém é visto como sujo e fedorento, precisa tomar banho e se perfumar para que esta imagem mude. Quando alguém é grosso e mal educado, precisa se educar e mudar seus modos para que esta imagem mude. Alcançamos uma imagem positiva através de duas ações simples: apresentação pessoal e comunicação. Não é preciso vestir-se como um galã, muito menos com roupas e acessórios de grife. O importante é manter um padrão pessoal que caracterize a sua personalidade. Quando o assunto é comunicação vale lembrar que o mais importante é a maneira que falamos às pessoas. O conteúdo a ser comunicado é de suma importância; mas a forma, o jeito, a maneira de expressar idéias e sentimentos é fundamental para criar empatia e simpatia nas pessoas. Aqueles que aprimoram seu poder de oratória, sem dúvida, criam uma espécie de carisma típico dos grandes comunicadores. Saber o que vai falar é essencial; ninguém quer ouvir alguém que não conhece do assunto. Precisamos também desenvolver a arte de falar de forma natural, quer seja dirigindo-se a uma ou a dezenas de milhares de pessoas. Ninguém gosta de ouvir discursos, gostamos de conversar acerca do que nos atrai. Gostamos de aprender acerca daquilo que pode nos tornar melhores e daquilo que pode nos levar a sermos mais relevantes na melhoria da qualidade de vida das pessoas a quem amamos. Uma fala confiante, positiva e inspiradora pode ser desenvolvida através de treinamento e observando pessoas que cativam, que verdadeiramente encantam através do seu modo de falar.
O caminho está aberto, aprimore-se como pessoa e como líder e seja também um encantador de pessoas, pois eu tenho certeza de que Deus te fez uma pessoa encantadora.
Deus te abençoe sempre.
Pr. Jademir Barbosa.

Adaptado de artigo enviado por um amigo.

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