Desde criança me
impressionava, mas ainda hoje me fascino quando vejo um encantador de
serpentes. Como é possível alguém fazer aquilo sem se machucar, sem que a
serpente avance sobre o homem. Antes, pensava tratar-se de um truque, mais
tarde entendi que o que aquele homem faz é baseado em técnicas aprimoradas
através de muito treinamento. Certamente ele deve ter sido picado algumas
vezes, mas aprendeu a dominar a serpente e utilizar este domínio a seu favor.
Transportando esta antiga lembrança para os dias
atuais e, mais precisamente, para o mundo corporativo, faço um paralelo com o
líder e as pessoas a quem ele pode tocar. Quantos profissionais conhecemos, aqueles
a quem chamamos verdadeiramente de líderes,que detêm este poder sobre seus
liderados?
Na história da humanidade sabemos de diversas
pessoas que conseguiram atuar como verdadeiros encantadores de pessoas. É comum
citarmos o Senhor Jesus Cristo, Moisés, José, Daví e muitos outros como alguns
dos expoentes na capacidade de atrair pessoas e mantê-las sob o seu “domínio”.
O fato é que estas personalidades, assim como
outras menos famosas, como um professor, um pastor, um parente, um gerente,
desenvolveram uma fantástica habilidade de cativar as pessoas à sua volta. Esta
capacidade, que é um fator que pode ser aprimorado através de técnicas
específicas, é conhecida como “carisma”. Há pessoas que irão pensar: como é
possível desenvolver o carisma? Não é algo inato, algo que alguns têm e outros
não? É certo que algumas pessoas nascem com maior predisposição para certas
coisas do que outras; mas na verdade, todos podemos, através de técnicas
específicas e vontade para mudar, aprimorar o nosso comportamento estabelecendo
um melhor relacionamento interpessoal. Enfim, somos capazes de aprimorar nossa
capacidade de sermos carismáticos.
Afinal, o que é carisma? Segundo algumas definições
de dicionários, carisma é uma qualidade marcante de um indivíduo que o
distingue dos demais. Ainda: atribuição a outrem de qualidades especiais de
liderança, derivadas de sanção divina ou apenas de individualidade excepcional.
Queremos destacar aqui como carisma a capacidade de
se relacionar com as pessoas produzindo empatia e simpatia. É o que classifico como
“o encantador de pessoas”. Ele enfrenta algumas picadas ao longo da vida, mas
encanta as pessoas de uma forma tão preciosa que as torna melhores, mais
produtivas, mais felizes e, por conta disto, até mesmo mais bonitas e
saudáveis.
Através de algumas ações é possível desenvolver e
aprimorar “o talento de encantar pessoas”, o carisma do líder.
1. Interesse
Genuíno.
A primeira delas é ter um profundo interesse na
pessoa com quem você se relaciona, as pessoas gostam de se sentir importantes
para os seus líderes. Não somente importantes para que os propósitos e metas do
líder sejam alcançados, mas valorizadas, respeitadas e motivadas como pessoas. Quem
se propõe a liderar deve saber que vai precisar encantar algumas serpentes. Mas
vale a pena levar algumas picadas quando se tem em mente um propósito maior,
que é extrair desta pessoa aquilo que ela tem de melhor. Algo que pode torná-la
uma pessoa mais útil para a coletividade e, portanto, mais feliz e realizada. Logo,
uma pessoa que vai dar muito mais soro para curar picadas do que o veneno
muitas vezes antes produzido. Temos ouvido muita gente boa dizer que ninguém é
insubstituível. Mas na verdade, ninguém é SUBSTITUÍVEL, todos somos únicos e
insubstituíveis. Os cargos e funções podem e são substituíveis por pessoas que
possam desenvolvê-los com maior ou menor desenvoltura, nas mais diversas áreas
de atuação. Mas cada pessoa é um ser único, maravilhosamente formado, com
particularidades tão multiformes que nem de longe, mas muito longe mesmo,
poderiam ser substituídas. Neste momento, você está diante de uma oportunidade única,
a pessoa que está ao seu lado ou as pessoas que estão diante de você ou a sua
volta, são pessoas maravilhosamente e particularmente formadas. Ame-as, toque-as,
valorize-as, perdoe-lhes e invista em suas vidas com interesse genuíno, talvez
nunca mais você tenha a oportunidade de tocá-las e influenciá-las para que
sejam melhores. Saiba que Deus escolheu você para contribuir de forma especial
e profundamente marcante neste processo, não perca esta oportunidade, pois você
também é insubstituível.
2. Conhecimento de
si mesmo.
O conhecimento das próprias emoções, perceber a si
mesmo e como os sentimentos de “alegria, satisfação e felicidade” ou “raiva, frustração
e medo” influenciam as suas atitudes. Geralmente gostamos de quem nos faz bem e
rejeitamos quem nos incomoda de alguma forma. Esta é a maneira natural com que
as pessoas naturais reagem diante de situações corriqueiras na vida. Mas um líder,
alguém que tem a tarefa divina de influenciar positivamente as pessoas não pode
ser guiado por este tipo de atitude. O líder precisa conhecer as suas emoções e
trabalhar com elas de forma que não permita que as mesmas o influenciem de
forma negativa no trato com as pessoas, principalmente com aqueles que Deus
colocou em suas vidas para serem tratados, motivados e influenciados
positivamente para que sejam pessoas melhores. Isto mesmo, Deus transforma o líder
para que ele seja instrumento na transformação de pessoas, para a construção de
pessoas melhores. Não permita que as suas limitações pessoais limitem o alcanceda graça de Deus, conheça suas limitações e trabalhe com elas, enfrente-as,
para que não só você, mas outros possam também viver e produzir o melhor de
Deus.
3. Senso de
justiça.
O líder carismático não é aquele que sempre
“agrada” as pessoas, mas aquele que é justo. Agir com senso de justiça faz com
que seus liderados reconheçam em você um verdadeiro líder. Para isso é preciso
separar o envolvimento e preferências pessoais. Quem me conhece de perto sabe
que sou muito mais exigente com aqueles que estão mais perto de mim. A palavra
de Deus nos ensina que os que mais receberam serão mais cobrados. É natural
esperar mais do maior investimento. Assim sendo, quanto mais perto estou de alguém,
naturalmente mais invisto nesta vida, e também de forma natural, mais cobro
dela. Isto certamente não nos dá o direito de privilegiarmos uns em detrimento
de outros. O líder precisa compreender que a sua posição não lhe permite
deslizes deste nível. Temos que trabalhar sempre com o senso de justiça em
evidencia. Nem privilégios nem dureza demais, no relacionamento de um líder com
os seus liderados, justiça e transparência são essenciais. A Bíblia também diz
que o trabalhador é digno do seu salário, logo, o senso de justiça também deve
nos guiar ao elogio e reconhecimento público. Uma equipe que vê o líder como alguém
que reconhece e recompensa esforços sempre será uma equipe mais disposta a
trabalhar. Não tenha medo de elogiar para não ser visto como alguém que
privilegia, prejuízo maior é ser visto como um líder que não reconhece e honra
os esforços de sua equipe, ou de pessoas de sua equipe.
4. Comunicação efetiva.
É preciso garantir que a sua imagem
perante os demais também seja acima de tudo verdadeira e sempre positiva, para
isto você precisa ser verdadeiro e positivo. Muitas vezes isto é confundido com ser curto e
grosso; não é nada disso. Até se consegue enganar alguém por algum tempo,
(Embora isto seja errado) mas não se consegue enganar a muita gente por muito
tempo. Se quisermos que a nossa imagem seja de alguém verdadeiro e positivo, no
sentido de não sermos negativos, precisamos produzir as mudanças necessárias em
nós mesmos para que a nossa imagem mude na avaliação de outros. Se alguém é
visto como sujo e fedorento, precisa tomar banho e se perfumar para que esta
imagem mude. Quando alguém é grosso e mal educado, precisa se educar e mudar
seus modos para que esta imagem mude. Alcançamos uma imagem positiva através de
duas ações simples: apresentação pessoal e comunicação. Não é preciso vestir-se
como um galã, muito menos com roupas e acessórios de grife. O importante é
manter um padrão pessoal que caracterize a sua personalidade. Quando o assunto
é comunicação vale lembrar que o mais importante é a maneira que falamos às
pessoas. O conteúdo a ser comunicado é de suma importância; mas a forma, o
jeito, a maneira de expressar idéias e sentimentos é fundamental para criar
empatia e simpatia nas pessoas. Aqueles que aprimoram seu poder de oratória,
sem dúvida, criam uma espécie de carisma típico dos grandes comunicadores. Saber
o que vai falar é essencial; ninguém quer ouvir alguém que não conhece do
assunto. Precisamos também desenvolver a arte de falar de forma natural, quer
seja dirigindo-se a uma ou a dezenas de milhares de pessoas. Ninguém gosta de
ouvir discursos, gostamos de conversar acerca do que nos atrai. Gostamos de
aprender acerca daquilo que pode nos tornar melhores e daquilo que pode nos
levar a sermos mais relevantes na melhoria da qualidade de vida das pessoas a
quem amamos. Uma fala confiante, positiva e inspiradora pode ser desenvolvida
através de treinamento e observando pessoas que cativam, que verdadeiramente encantam
através do seu modo de falar.
O caminho está aberto, aprimore-se como pessoa e
como líder e seja também um encantador de pessoas, pois eu tenho certeza de que
Deus te fez uma pessoa encantadora.
Deus te abençoe sempre.
Pr. Jademir
Barbosa.
Adaptado de artigo enviado por um amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário