Mas há mais um detalhe nas ovelhas que Jesus não deixa passar despercebido em sua parábola em João 10: elas são inteligentes. O que elas tem de fraqueza, tem de inteligência. Para elas, não há dúvidas quanto à voz e a autoridade de seu pastor. Pelo som apenas, sem precisar vir, discernem se quem as chama é ou não o verdadeiro pastor.
Somente esse detalhe da parábola nos faz ver que não faz sentido a ignorância quase generalizada assalta o rebanho brasileiro. Como tem dificuldade em reconhecer quem lhes fala, quem lhes ensina. Pior, aceitam tudo sem analisar, à luz das Escrituras, a procedência e a conformidade com os ensinos de Jesus e chamam de críticos os que o fazem, travestindo-se de uma falsa humildade por não julgar o conteúdo da mensagem que recebem.
Parece que tudo se inverteu atualmente. O rebanho brasileiro é forte; suas ovelhas, independentes. Não precisam de pastor. Confiam sua própria sorte à emoção e à impressão, próprio ou de terceiros. Alimentam-se de tudo e tem sua própria bússola. Não é em vão que há muitas perdidas, precisando voltar aos “antigos caminhos”. Confiam em si mesmas, em seu tempo de igreja, na função que desempenham, na influência que exercem. A Palavra do pastor? Não precisam. A mensagem chega direto pelo “profeta”, personalizada.
Mas sendo fortes, tornaram-se néscias. Não ouvem seu Pastor, por isso erram o caminho. Não O veem, logo não O seguem. Antes, o mitificam. Tem noção de como Ele seja, reconhecem alguns de Seus ensinamentos, mas ignoram pontos mais confrontantes e exigentes de Sua mensagem. Portanto, não crescem, vivem doentes, com comportamentos infantis. Não se doam, levam uma vida longe do recomendado a elas.
A Palavra de Deus permanece, meus irmãos. Ou confiamos em Jesus e sua Graça, ou morremos. Ou damos à sua Palavra o valor que lhe é devido, ou sofreremos por nossa ignorância. E dar valor a ela é submeter-se, debruçar-se sobre seus ensinos até que eles sejam absorvidos e transformem-nos; é rejeitar falsos ensinos e combatê-los, sob perigo de desviarmos a rota que nos leva aos lugares que ele nos reserva; é ter ouvidos acurados para somente dar atenção ao nosso Pastor.
Que o Senhor nos livre dos falsos pastores e dos lobos, mas que nos livre de nossa própria ignorância e soberba, que tenta nos fazer achar que Sua Palavra é substituível e sua voz apenas mais uma no meio da multidão. Caso contrário, os pastos serão insípidos, insossos e deletérios; a alma sempre amargurada pelas demandas da vida; o temor, provocado pela ausência do pastor, um companheiro de jornada; e as águas tranqüilas, inatingíveis.
Por Tiago Lino Henriques – Editor do Blog do Lino
www.tiagolinno.wordpress.com
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