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terça-feira, 4 de agosto de 2009

A AUTORIDADE DA BÍBLIA.

“Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva,e toda a glória do homem como a flor da erva.Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre.E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada”
(I Pedro 1:22-25).


Algumas Confissões de Fé publicadas por Igrejas ou organizações cristãs dizem: "A Bíblia é a Palavra de Deus, a infalível regra de fé e prática". Há, entretanto, uma outra declaração, ainda mais forte, que diz: "A Bíblia é a infalível Palavra de Deus, a única regra de fé e de prática". Embora pareça sutil, faz uma grande diferença onde você coloca a palavra infalível nas duas declarações. A segunda afirmação intenciona comunicar claramente que a Bíblia, em sua totalidade, não comete erros. Os manuscritos originais (as primeiras cópias) não continham erros.

Nos últimos anos a palavra inerrância tem sido preferida à palavra infalibilidade. Inerrância é a palavra que descreve hoje a posição evangélica mais conservadora, no que diz respeito às Escrituras. As palavras mudam seu sentido, inclusive por empobrecimento ou enriquecimento. E assim alguns passaram a utilizar a palavra “infalível” para indicar algo menor do que “inerrante”. Estas pessoas sugerem que a Bíblia é fidedigna em certas áreas (tais como a fé e a moral) ao passo que não é totalmente fidedigna noutras áreas (tais como em questões de história e ciência). Parte daquilo que a Bíblia diz, afirma ou ensina, em rigor, segundo estas pessoas, não seria verdade, ainda que seu registro tenha sido motivado por “boas intenções”. Por isto, tais pessoas esposam o conceito de “errância” das Escrituras.

Dr. Edward J. Young (1907-1968) define a inerrância das Escrituras afirmando que cada asserção da Bíblia é verdadeira, quer a Bíblia se refira ao que se deve crer (doutrina) ou como devemos viver (ética), ou se narra acontecimentos históricos.[1] Ou seja, a Bíblia é a Palavra de Deus, sem erro em todas as áreas que menciona. “Todas as áreas”, e não somente em questões religiosas! É óbvia a grande diferença entre as duas formas de crer.

De acordo com os escritores da Declaração de Chicago sobre a Inerrância Bíblica, os termos negativos infalível e inerrante "têm valor especial, pois explicitamente asseguram verdades positivas cruciais". A Declaração de Chicago, elaborada em outubro de 1978 pelo Concílio Internacional sobre Inerrância Bíblica para afirmar a autoridade das Escrituras, continua:

Infalível significa a qualidade de não errar nem ser induzido ao erro, salvaguardando assim categoricamente a verdade de que a Escritura Sagrada é autoridade e regra certa, segura e confiável em todas as questões.

Similarmente, inerrante significa a qualidades de ser isento de falsidade ou erro, salvaguardando assim a verdade de que a Escritura Sagrada é inteiramente verdadeira e confiável em todas as suas declarações.[2]

A autoridade da Bíblia se baseia no fato de que ela é a inerrante palavra de Deus e foi dada aos homens como fonte de revelação da vontade de Deus. Para tanto é preciso que a Bíblia seja lida como foi originalmente escrita, assim, história deve tratada como história, poesia como poesia, hipérboles e metáforas como hipérboles e metáforas, generalizações e aproximações assim como e assim por diante. As diferenças entre as convenções literárias dos tempos bíblicos e do nosso tempo devem ser respeitadas [...] narrativas não cronológicas e citações imprecisas eram convencionais e aceitáveis e não violavam nenhuma expectativa naqueles dias [...] A Escritura é inerrante, não no sentido de ser absolutamente exata pelos padrões modernos, mas no sentido de cumprir suas afirmações e alcançar aquela medida de verdade específica visada por seus autores.[3]

Numa lista de Vinte Artigos de Afirmação e Negação, a Declaração de Chicago continua e confirma a necessidade de se entender como Deus inspirou certos homens para escreverem a Escritura em certas épocas e sob certas circunstâncias. O Artigo XIII diz: "Afirmamos a propriedade de se utilizar inerrância como um termo teológico com referência à completa veracidade da Escritura”.

Estes autores concluíram que a inerrância bíblica é o alicerce para a autoridade bíblica. A autoridade da Bíblia depende somente do fato de ser ela a Palavra de Deus. Ou aceitamos a Escritura como totalmente confiável e fidedigna em toda a matéria que registra, afirma e ou ensina, ou então que ela veio a nós como coletânea de escritos religiosos que contém tanto a verdade quanto o erro. Cremos que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são verdadeiramente fidedignas e verazes, assim como Deus é veraz? Pois se a Bíblia é infalível e inerrante, então ela deve dar a última palavra - o mais elevado padrão de autoridade. E se a Palavra de Deus é autoridade, ela exige obediência de nossa parte.

D. Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) destaca que o ataque contra a autoridade das Escrituras teve início em meados do século XVIII, quando os eruditos começaram a defender a visão da "Alta Crítica". Pressuposições naturalistas, juntamente com o conhecimento e o racionalismo humanos e novas descobertas científicas eram trazidos e utilizados na tentativa de analisar a Bíblia e "entender sua verdade real". Tudo isso levou ao movimento que conhecemos como Liberalismo Teológico, o qual influenciou os séculos XVIII e XIX. O liberalismo via a Bíblia como repleta de erros, como obra humana sem maior autoridade do que as obras de Shakespeare ou Camões.

Com o alvorecer do século XX, teve início um novo movimento. Pensadores neo-ortodoxos tentaram restaurar parte da autoridade da Bíblia, reafirmando a pecaminosidade do homem e alegando que, embora a Bíblia não seja a Palavra de Deus, ela "contém a Palavra de Deus". Conforme Lloyd-Jones descreve: "Dizem-nos que a Bíblia é em parte a Palavra de Deus e em parte a palavra de homens. Em parte ela tem grande autoridade e em parte não tem autoridade alguma".

Lloyd-Jones observa que ficamos diante de uma questão básica:

Quem decide o que é verdade? Quem decide o quem tem valor? Como você pode distinguir e estabelecer a diferença entre os grandes fatos que são verdadeiros e os que são falsos? Como pode diferenciar entre fatos e ensinamentos? Como pode separar a mensagem essencial da Bíblia do pano de fundo no qual é apresentada?[...]

Toda a Bíblia chega a nós e se oferece exatamente da mesma maneira. Não há nenhum indício, nenhuma indicação que sugira que partes dela são importantes e que partes não são. Toda ela chega a nós da mesma forma.[4]

O liberalismo e a neo-ortodoxia ainda estão entre nós de todas as formas concebíveis. Conforme Lloyd-Jones escreveu em 1957:

A posição moderna está de acordo com isso, ou seja, que realmente é a razão humana quem decide. Você e eu nos aproximamos da Bíblia e temos de tomar nossas decisões com base em certos padrões, os quais obviamente estão em nossa mente. Decidimos que uma porção está conforme a mensagem na qual cremos e que outra porção não está. Ainda estamos nesta mesma posição, a despeito de toda a conversa sobre uma nova situação hoje, em que o conhecimento e o entendimento humanos são os árbitros supremos e a suprema corte de apelação.[5]

Tanto os pastores, mestres e líderes, quanto ovelhas, alunos e membros da igreja em geral, todos podemos ser apanhados pelas dúvidas e pelo ceticismo da nossa época. Até mesmo os grandes líderes do Cristianismo sabem o que é lutar com isso. Este é um combate em que tem havido muitos vitoriosos e vítimas fatais. É também um combate que pode subir ao púlpito. Pois a forma como a pessoa crê na Bíblia tende a afetar diretamente a pregação e seus efeitos. Na boca do profeta Jeremias a Palavra de Deus era como fogo. “Eis que converterei em fogo as minhas palavras na tua boca” (Jr 5.14) e, “Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?” (Jr 23.29).

Como denominação a Igreja do Nazareno é firme e categórica em afirmar: A Bíblia é a inerrante palavra de Deus, é autoridade em todas as questões morais, éticas ou espirituais. deve portanto ser seguida e respeitada como A palavra de Deus.


Deus nos abençoe sempre.

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