O conceito que apresento agora talvez não encontre fácil aprovação em meio a muitos pregadores ou professores de homilética. Em primeiro lugar porque é algo que ao invés de simplificar a vida, vai dar mais trabalho, e tudo que dá trabalho é geralmente mais difícil de encontrar aceitação. Talvez tambem pelo fato de o mesmo não estar presente nos livros mais usados. Pra dizer a verdade talvez não esteja em livro nenhum, já que não encontrei em nenhum dos livros que li, mas não li a todos. Uma coisa é certa: Pelo menos na minha vida e na vida de muitos pregadores com quem tive o privilégio de compartilhar, esta idéia fez toda a diferença.
A definição do tema do sermão deve ser uma das primeiras coisas a serem elaboradas, pois vai nortear todo o restante da mensagem. Não é aconselhável, por exemplo, esboçar todo o esqueleto da mensagem e depois definir o tema, pois as divisões da ideia central deverão advir desta idéia central, que é o tema. Assim sendo, aconselho a cada pregador que esteja iniciando no maravilhoso mundo da pregação da Palavra de Deus, a trabalhar um pouco mais para, além de descobrir o tema que a Palavra de Deus apresenta, colocar este tema no imperativo. Sim! Ao invés de simplesmente encontrar um tema que seja agradável aos seus ouvintes, como por exemplo: “Como orar de forma que Deus responda”, coloque este tema no imperativo e diga em sua mensagem algo que traga uma direção aos seus ouvintes, como: “Desenvolva em sua vida, compromisso com a oração”.
Muitas vezes se pergunta após o culto:
- Quem pregou?
- O pastor.
- Sobre o que ele pregou?
- Sobre a oração.
- E o que ele disse acerca da oração?
- Não sei, ele falou um monte de coisas, mas foi uma benção!
O que realmente determina se uma mensagem foi uma benção não é o número de “Glórias e Aleluias” que se ouve durante o culto, ou mesmo o número de pessoas que chegam ao altar durante o convite. O que determina se uma mensagem foi uma benção é a capacidade que a mesma tem de ser compreendida para, no poder do Espírito Santo, promover as mudanças necessárias na vida diária dos seus ouvintes.
Muitas vezes, na ministração das aulas de Homilética, levei esboços dos mais diversos pregadores, anônimos ou famosos. E os alunos analisaram os mesmos em busca de uma melhor apresentação do tema. Todos foram unânimes em constatar que o tema seria muito mais facilmente compreendido e absorvido pelos ouvintes se estivesse no imperativo. Ao longo dos anos, temos constatado o quanto é importante trabalhar um pouco mais e encontrar uma forma de colocar o tema no imperativo.
Como poderemos fazer isto de forma prática? Vejamos: O primeiro princípio para se colocar um tema no imperativo é determinar o propósito que temos ao pregarmos aquele sermão. Se o meu propósito é que haja perdão, ao invés de pregar com o tema: "A importância do perdão"; eu posso pregar dizendo: "Perdoe e cubra uma multidão de pecados"; ou "Perdoe e seja perdoado".
Com certeza é importante saber a respeito da importância do perdão, mas se eu não disser aos meus ouvintes de forma clara que eles devem perdoar, talvez eles não se sintam impelidos a isto.
Se o meu propósito é que eles saibam a respeito da importância do perdão, posso deixar com o primeiro tema, mas se o meu propósito é levar os meus ouvintes a praticarem o perdão, é bem mais impactante dizer isto de forma clara, com um imperativo, onde Deus está dizendo a cada um dos seus filhos: Perdoe.
Quando falamos com alguém ao telefone, sempre temos algo a dizer ao nosso interlocutor. Não ligamos porque "temos que ligar"; ligamos porque precisamos dizer algo. Quando subimos ao púlpito para pregar, não pregamos porque "temos que pregar"; pregamos porque temos algo a dizer (ou pelo menos deveriamos ter). Pode ser um conselho, um consolo, uma direção ou uma exortação da parte de Deus, mas se pregamos é porque temos algo relevante a dizer à congregação. Tente aconselhar alguém, direcioná-lo ou exortá-lo sem falar nada no imperativo. Você sempre precisará dizer: Faça isto, ou não faça aquilo. Se realmente tivermos algo de Deus a dizer, nossas mensagens sempre terão um imperativo. Nossa principal tarefa é descobrir este imperativo com clareza para que possamos destacá-lo também de forma clara nas nossas pregações.
DEUS NOS ABENÇOE SEMPRE, E AOS NOSSOS OUVINTES TAMBÉM.
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